DOMINÓ

Nunca sentira o seu peito incendiar-se daquele modo. Uma ânsia que aos poucos se alastrava e retirava do corpo a essência que o fazia respirar. Os olhos sentiram-se cansados e só não adormeceu pela incapacidade do seu corpo de responder a tais desejos, pois isso seria estar a dar a si algum prazer. Não estava em si privar-se do prazer que isso seria coisa ridículo de fazer, estava no seu corpo em rejeitar esse prazer por uma opção que ele não compreendia. Talvez um aviso das suas células a alguma situação que ele não estava a prestar atenção. E deixou-se estar com a face colada na janela a ver as nuvens e o céu. Essa imagem acalmava-o.

As suas crenças tinham sido derrubadas como peças de dominó. Uma por uma até estarem todas completamente atafulhadas umas nas outras, sem ordem ou lógica. Durante um tempo não mexeu nelas, simplesmente as olhou, percebeu como tinham chegado àquele estado. Tirou as suas conclusões, aprendeu as suas lições e chegara o momento de as recolocar, reordenar, redistribuir e entender qual a nova construção que lhes iria dar. Queria uma construção simples, sem labirintos, refúgios, cantos escuros, portas fechadas ou peças fantasmas. Queria poder ver-se de todos os lados em espelhos que mostrassem todos os ângulos sem artifícios, manhas e mágicas assumindo os defeitos, as marcas, as dores. O dominó havia sido derrubado e era tempo de o ajuntar.

5 comentários:

Anónimo disse...

um exercicio académico. Imagina que alguém descobre que é uma traição na cabeça de algúem. Que ele, quem descobre, viveu anos, sem o saber na cabeça de alguém como desejo e depois como fantasia, obessão, doença até. O psiquiatra telefona. Pede desculpa pelo incomodo - não, não me conheçe~. mas é que tenho aqui um paciente que diz que você vive na cabeça dele há anos sem o saber. Gastaria de saber se me podia ajudar...- e por aí fora. Era só opara dizer que gosto de ler o teu blog :)

Anónimo disse...

descobri agora que há um blog assim. alguém vive na minha cabeça. vou ler. Até já.... só para complicar a história. Alguém descobre que é a fantasia de alguém e, depois do telefonema do psiquiatra, chega à conclusão que

Pedro Eleutério disse...

Olá "ny",

fico grato pelo teu comentário e bem vindo a este curso. Entretanto fiquei curioso. Chega à conclusão que...

Anónimo disse...

Olá Pedro!
Muito bom seu blog.Eu escrevo poesias.Comecei agora no blogspot,mas
tenho no zip.net,mas não sei pq não
acho bloqueiros q escrevem poemas.
Aguardo sua visita no meu cantinho.Um bom findi p/ vc.Da sua nova amiga Nati

Anónimo disse...

a ideia era que tu concluisses. O sujeito dirige-se ao consultório do psiquiatra. Está disposto ajudá-lo. Ao entrar, vê uma figura que não lhe é estranha, mas não consegue reconhecê-la. O psiquiatra, agradecido, apresnta-o ao seu paciente. Surpresa. A pessoa sentada no consultório é ele próprio. Ele é o paciente que desenvolveu um obessão sobre si próprio... esta é a conclusão, mas pode ser outra. Obrigado pelo curso... vou continuar a seguir com atenção:)