Acção passada quinta-feira dia 16 de Março de 2000
Quando Maria obriga Filipe a ir à estreia da peça “Paris à luz das velas”
A noite estava especialmente fria, como se o inverno estivesse a querer gastar os seus últimos cartuxos antes do início da primavera, mas pelo menos não ameaçava chover. Até ao teatro a rua era íngreme e escura e Filipe não estava muito confortável com essa situação. Ruas daquelas lembravam-lhe sempre os assaltos ao estilo de Hollywood.
- Posso perguntar o que estou sequer a fazer aqui? É mesmo necessário passar por isto? Já te tinha dito que não sou grande fã de teatro e especialmente daquela bimba da Luísa Matias. Quando é que essa mulher percebe que o seu lugar não é num palco mas sim numa casa de alterne. Fico-te muito grato pelo jantar que, não desfazendo, estava maravilhoso, mas temos mesmo de vir assistir a isto?
- Irra que tu és chato Filipe! Já não te disse que o António ofereceu um bilhete duplo para a estreia da sua peça. Como eu não queria vir sozinha e já que tu és o meu melhor amigo...
- Se eu sou o teu melhor amigo porque é que eu nunca ouvi falar desse António?
- É claro que já ouviste. A mamã está sempre a elogiá-lo. Sempre que ele faz alguma coisa nova a mamã passa jantares inteiros a dissertar sobre o menino de ouro. E tu jantas lá em casa as vezes suficientes para já teres ouvido falar dele. Vá, não te faças de desentendido. O António é o filho do Augusto, aquele grande amigo dos meus pais. Mas também só tive uma ou duas vezes com ele. Uma vez foi quando ele me salvou de um jantar aborrecidíssimo com a família toda e amigos de amigos. Se não fosse ele aquele teria sido o pior dia da minha vida, e não, tu não estavas lá porque estavas doente. Mas eu e o António nunca chegámos a grandes intimidades... não que eu me importasse.
- Bitch!
- Isto para chegar à conclusão de que o Augusto e a Madalena passaram lá por casa no outro dia e entregaram-me o convite que o António tinha guardado para mim. É impressão minha ou estás com ciúmes?
- Não sejas parva Maria! Se temos mesmo de ir ver esta peça então que assim seja. Também já estamos aqui. Ao menos os lugares são bons?
- É na terceira fila.
- Menos mal!
Quando Maria obriga Filipe a ir à estreia da peça “Paris à luz das velas”
A noite estava especialmente fria, como se o inverno estivesse a querer gastar os seus últimos cartuxos antes do início da primavera, mas pelo menos não ameaçava chover. Até ao teatro a rua era íngreme e escura e Filipe não estava muito confortável com essa situação. Ruas daquelas lembravam-lhe sempre os assaltos ao estilo de Hollywood.
- Posso perguntar o que estou sequer a fazer aqui? É mesmo necessário passar por isto? Já te tinha dito que não sou grande fã de teatro e especialmente daquela bimba da Luísa Matias. Quando é que essa mulher percebe que o seu lugar não é num palco mas sim numa casa de alterne. Fico-te muito grato pelo jantar que, não desfazendo, estava maravilhoso, mas temos mesmo de vir assistir a isto?
- Irra que tu és chato Filipe! Já não te disse que o António ofereceu um bilhete duplo para a estreia da sua peça. Como eu não queria vir sozinha e já que tu és o meu melhor amigo...
- Se eu sou o teu melhor amigo porque é que eu nunca ouvi falar desse António?
- É claro que já ouviste. A mamã está sempre a elogiá-lo. Sempre que ele faz alguma coisa nova a mamã passa jantares inteiros a dissertar sobre o menino de ouro. E tu jantas lá em casa as vezes suficientes para já teres ouvido falar dele. Vá, não te faças de desentendido. O António é o filho do Augusto, aquele grande amigo dos meus pais. Mas também só tive uma ou duas vezes com ele. Uma vez foi quando ele me salvou de um jantar aborrecidíssimo com a família toda e amigos de amigos. Se não fosse ele aquele teria sido o pior dia da minha vida, e não, tu não estavas lá porque estavas doente. Mas eu e o António nunca chegámos a grandes intimidades... não que eu me importasse.
- Bitch!
- Isto para chegar à conclusão de que o Augusto e a Madalena passaram lá por casa no outro dia e entregaram-me o convite que o António tinha guardado para mim. É impressão minha ou estás com ciúmes?
- Não sejas parva Maria! Se temos mesmo de ir ver esta peça então que assim seja. Também já estamos aqui. Ao menos os lugares são bons?
- É na terceira fila.
- Menos mal!
2 comentários:
Amigo Pedro
venho fazer-te uma visita e dizer-te da muita satisfação de te ter conhecido no jantar dos amigos do Comyxtura.
Foi muito agradável a nossa conversa e fiquei com uma excelente ideia da tua pessoa.
Abraço.
Tenho estado ausente em trabalho e só agora consegui retornar ao blog e à vida. Obrigado pelo comentário e foi também um prazer imenso.
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