Ainda tinha presente na sua memória as aulas de história da arte. E essas recordações eram pacíficas. Sempre foi atraído pelo estudo da arte. Sem grandes receios e com prazer na descoberta das novas formas de olhar o mundo. Sempre acreditou na educação do olhar com conta peso e medida. Pois não convém apenas assimilar as coisas... é preciso entender, interligar, criticar e pôr em causa. Só depois de todas estas fases poderia sentir-se sabido. Não gostava daqueles que empinavam as coisas e seguidamente despejavam a lição bem estudada. Isso não é educar o olhar. É, sim, direccionar o olhar, torná-lo unilateral, obsoleto, vazio.
De que serve saber o nome de todos os pintores se não se sabe ter um olhar critico sobre as suas obras? A arte é um jogo: um quebra-cabeças. Um mundo sem retorno. E quem lá está de lá não pode sair... o problema é viver-se dentro dele com classe. E bem sabemos que burlões é o que não falta por aí.
Mas, no meio de tudo, David continuava nu. Ainda se lembrava da aula em que o slide projectou aquela imagem na parede branca. Os risinhos ecoaram na sala e rapidamente foram silenciados pelo olhar da professora. Ali estávamos nós, ali estava ela, ali estava ele, David nu! E ninguém se apercebeu que o importante na escultura não se encontrava no corpo despido mas na sua cara. Miguel Ângelo explorou não só os cânones clássicos do herói-atleta, mas todo um novo olhar dramatizado da cena. David está concentrado e inquieto antes de um combate. E a riqueza está na inquietação perfeita do seu rosto.
Que diferença faria que estivesse vestido se o que importava era o seu rosto? Vestido ou nu o foco era a cara. Mas os anos passaram e o nosso olhar ficou viciado no pudor. E o foco automaticamente mudou de lugar. E a importância de uma boa escultura passou a estar no seu conteúdo e não na sua forma. Hoje pretende-se que um objecto de arte seja forte, explosivo, inquietante, ninguém pede que ele seja perfeito! E assim ficou o homem... forte, explosivo, inquietante e cada vez mais longe da perfeição!
De que serve saber o nome de todos os pintores se não se sabe ter um olhar critico sobre as suas obras? A arte é um jogo: um quebra-cabeças. Um mundo sem retorno. E quem lá está de lá não pode sair... o problema é viver-se dentro dele com classe. E bem sabemos que burlões é o que não falta por aí.
Mas, no meio de tudo, David continuava nu. Ainda se lembrava da aula em que o slide projectou aquela imagem na parede branca. Os risinhos ecoaram na sala e rapidamente foram silenciados pelo olhar da professora. Ali estávamos nós, ali estava ela, ali estava ele, David nu! E ninguém se apercebeu que o importante na escultura não se encontrava no corpo despido mas na sua cara. Miguel Ângelo explorou não só os cânones clássicos do herói-atleta, mas todo um novo olhar dramatizado da cena. David está concentrado e inquieto antes de um combate. E a riqueza está na inquietação perfeita do seu rosto.
Que diferença faria que estivesse vestido se o que importava era o seu rosto? Vestido ou nu o foco era a cara. Mas os anos passaram e o nosso olhar ficou viciado no pudor. E o foco automaticamente mudou de lugar. E a importância de uma boa escultura passou a estar no seu conteúdo e não na sua forma. Hoje pretende-se que um objecto de arte seja forte, explosivo, inquietante, ninguém pede que ele seja perfeito! E assim ficou o homem... forte, explosivo, inquietante e cada vez mais longe da perfeição!
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