A CASA (divagações nocturnas)

São quatro da manhã e não consigo dormir. Só consigo pensar na decoração da minha casa em Lisboa. Preciso do kitsch. Apimentar a minha visão com pequenos detalhes. Mais cor e mais diversidade. Estive a ver umas fotos na internet que me aliciaram à mudança. Estes processos inconscientes da mente são extraordinários. Do nada surgem pensamentos sem uma ponta visível para que os possamos puxar e perceber de onde vêm. Talvez o facto de ter comprado uma mesa laranja e rosa para colocar o computador tenha ajudado. Talvez esteja na altura de me livrar daquele biombo velho. Em mente fica a ideia de pintar as paredes, ou pintar mais paredes, pintar as portas também é uma boa ideia. Os móveis deixam-me reticente, mas nada que esteja fora de questão. Preciso definitivamente de tapetes. Relembro a minha casa e sinto que faz parte dos catálogos de uma revista (do IKEA). Preciso que pareça que faz parte do catalogo de uma vida vivida. Estou farto da beleza estética, quero o conforto emocional. Mas até isto tudo acontecer falta o mais importante... regressar.

2 comentários:

margarida disse...

É quando o sono não vem que a nossa mente parecer voar mais facilmente, mais do que ao longo de um dia inteiro, do outro lado do atlântico estás tu , mas pelos vistos deixaste a tua alma aqui, ainda a vaguear pela tua casa, vou enviá-la por correio azul, para que possas dormir descansado e viver tudo aquilo que precisas viver aí, quando voltares a tua casa ainda vai estar à tua espera... e nós também.

beijo grande e abraço apertado (como sempre)

ÁguaDiCoco disse...

o kitsh é óptimo para nos lembrar que a falsa ordem dos nossos dias não pode muito perante a desordem dos nossos pensamentos...hummm estive bem ah?? beijocas do mesmo lado do oceano!