O NEVOEIRO QUE ESCONDE LISBOA

“Se a voz da noite responder. Onde estou eu, onde está você? Estamos cá dentro de nós... sós”

Levo o carro a quarenta à hora, a marginal está completamente enevoada. Faz-se silêncio no carro... a Maria Bethânia já foi embora, estou só eu. A cada metro que avanço é uma descoberta, apesar de achar saber o que vai aparecer, o nevoeiro faz com que tudo se transforme numa grande incógnita. Sei o caminho que devo seguir, sei os atalhos que me levam mais rápido a casa, mas não vejo nada... nada! É por isso que vou a quarenta à hora. E se parecer que o faço de propósito não o é, simplesmente não consigo ver nada.

Preciso que o nevoeiro se dissipe, que revele as coisas à minha volta, que me mostre de novo a cidade de Lisboa tal como eu a conhecia, tal como eu a deixei. Mas sei que quando o nevoeiro levantar vou estar numa cidade estranha, numa cidade parecida àquela que em tempos chamei Lisboa. Até o nevoeiro desaparecer, sou só eu dentro de um carro a quarenta à hora. Não posso ir mais rápido que isto...

2 comentários:

peter_pina disse...

mas uma cidade k está de braços abertos para te receber....eu plo menos estou!

Marco Fav disse...

Depois vai ser o "nevoeiro psicológico".
A ver se o PedroPina não te faz desejar o regresso do nevoeiro... LOL :p

abraço