FOTO-MEMÓRIAS

‘Ele meteu a mão no bolso e encontrou uma fotografia. Era uma polaróide tirada uns dias antes. Olhou a foto e sorriu – ela estava linda! Aquela foto iria selar tudo o que tinham vivido naquela semana, naquele lugar estranho. Eles eram os estranhos estrangeiros. No sorriso dela estavam escondidas as conversas, os almoços, as noites sem dormir, as luzes daquela cidade... Mas estava reticente a levar aquela fotografia consigo para casa. O que iria dizer a sua mulher? Como iria ele explicar o facto de ter uma fotografia de uma rapariga vinte anos mais nova? Mas ele sabia haver memorias que não podia apagar. Eles tinham sido perfeitos um para o outro durante uma semana. Deveria ele guardar essas memórias só para si? Ou deveria partilhá-las com a sua mulher? Afinal, eles estavam perdidos na tradução...’

Deitado no sofá fico a pensar no filme e a recordar todas as coisas que já vivi e que tenderam a ficar só comigo. São vivências que simplesmente não posso fazer com que desapareçam e sei que outros preferem não saber. Onde fica o limiar entre as coisas que devemos guardar para nós das coisas que podemos partilhar? É egoísta aquele que não quer ouvir ou o que não quer falar? Mas há certas imagens que só nós continuaremos a entender.

3 comentários:

ÁguaDiCoco disse...

concordo que há muita coisa que deve ficar só para nós, porque, de resto, ninguém as entende como nós entendemos!.. Por melhor que seja a intenção. Além de que outras vezes, não vale a pena criar monstros nos outros se não temos os nossos bens resolvidos.. (humm, ainda bem que posso continuar a acompanhar-te pelo blog!;))

Debora Silva disse...

Eu tô away daqui né, querido?!
Mas oh.. eu ando com mil coisas.. meu blog tá uma putaria.. vou tentar vir aqui ler com calma..
to com saudade.. te amo.
;*

peter_pina disse...

sabes? eu acho mxm k há coisas k é suposto ficarem apenas conosco...e algumas vão ficar para sempre...