Acção passada sábado dia 18 de Março de 2000
Quando Filipe e António têm o primeiro encontro
Filipe estava desesperado na internet à procura de informações sobre António. Não se desculpava pela figura ridícula que tinha feito na noite da estreia quando toda a gente sabia mais do que ele sobre aquele bonzão que tinha sido a grande estrela da noite. Filipe perguntava-se em como nunca tinha ouvido falar de tal personagem e rogava pragas a Maria por nunca ter mencionado o facto de o tal António ser uma estampa andante. Filipe nem queria acreditar que tinha um encontro marcado.
Para desgosto de Maria, António era mais um dos homens inacessíveis da sua vida, mais um para a lista das conquistas perdidas. Mas Filipe sentiu-se a ganhar a lotaria. Só não podia voltar a fazer figura de parvo. Mas quando deu por si em frente ao computador, na sua pesquisa exaustiva, apercebeu-se do quão ridículo e infantil tudo aquilo era. Com vinte e sete anos mais parecia um miúdo de quinze. Parou então com aquela estupidez e foi tomar banho. Achou por bem que estava na altura de cuidar da sua higiene pessoal. Tirou a cera dos ouvidos, cortou as unhas dos pés, aparou os pelos púbicos e a zona do peito, besuntou-se em cremes para a pele, colocou o seu perfume do engate, ainda aparou algumas pontas espigadas do cabelo e durante meia hora tentou acertar com o penteado. Depois de bem limpo e cheiroso o filme seguinte era escolher a roupa. Passou horas em frente ao armário a vestir esta e aquela roupa mas nada parecia encaixar. Tentou mais de trinta conjuntos diferentes até achar que estava “menos mal”, foi quando olhou para o relógio e apercebeu-se que estava meia hora atrasado.
Correu para o carro e sempre de pé no acelerador tentou voar até ao bar onde tinham combinado, mas o transito começou a não jogar a seu favor. E sempre que tentava encontrar uma alternativa parecia que piorava as coisas. Com uma hora de atraso lá conseguiu chegar, mas quando estava quase à porta viu, através do vidro, António a levantar-se. Deu uma corrida até junto de si e pediu imensas desculpas pelo atraso.
- Eu sou a pessoa mais ridícula do planeta, mas pelo amor de Deus não te vás embora.
- Tu acreditas em Deus?
- Nem por isso.
Quando Filipe e António têm o primeiro encontro
Filipe estava desesperado na internet à procura de informações sobre António. Não se desculpava pela figura ridícula que tinha feito na noite da estreia quando toda a gente sabia mais do que ele sobre aquele bonzão que tinha sido a grande estrela da noite. Filipe perguntava-se em como nunca tinha ouvido falar de tal personagem e rogava pragas a Maria por nunca ter mencionado o facto de o tal António ser uma estampa andante. Filipe nem queria acreditar que tinha um encontro marcado.
Para desgosto de Maria, António era mais um dos homens inacessíveis da sua vida, mais um para a lista das conquistas perdidas. Mas Filipe sentiu-se a ganhar a lotaria. Só não podia voltar a fazer figura de parvo. Mas quando deu por si em frente ao computador, na sua pesquisa exaustiva, apercebeu-se do quão ridículo e infantil tudo aquilo era. Com vinte e sete anos mais parecia um miúdo de quinze. Parou então com aquela estupidez e foi tomar banho. Achou por bem que estava na altura de cuidar da sua higiene pessoal. Tirou a cera dos ouvidos, cortou as unhas dos pés, aparou os pelos púbicos e a zona do peito, besuntou-se em cremes para a pele, colocou o seu perfume do engate, ainda aparou algumas pontas espigadas do cabelo e durante meia hora tentou acertar com o penteado. Depois de bem limpo e cheiroso o filme seguinte era escolher a roupa. Passou horas em frente ao armário a vestir esta e aquela roupa mas nada parecia encaixar. Tentou mais de trinta conjuntos diferentes até achar que estava “menos mal”, foi quando olhou para o relógio e apercebeu-se que estava meia hora atrasado.
Correu para o carro e sempre de pé no acelerador tentou voar até ao bar onde tinham combinado, mas o transito começou a não jogar a seu favor. E sempre que tentava encontrar uma alternativa parecia que piorava as coisas. Com uma hora de atraso lá conseguiu chegar, mas quando estava quase à porta viu, através do vidro, António a levantar-se. Deu uma corrida até junto de si e pediu imensas desculpas pelo atraso.
- Eu sou a pessoa mais ridícula do planeta, mas pelo amor de Deus não te vás embora.
- Tu acreditas em Deus?
- Nem por isso.
2 comentários:
Gostei imenso do final... e o texto em si deu-me vontade de esboçar um pequeno sorriso por imaginar o quão frequentemente nos concentramos nas pequenas coisas e nos esquecemos das que verdadeiramente interessam.
Abraço ;)
Por pouco o Filipe deixava que os detalhes lhe ocultassem o objectivo. Normalmente é sempre assim, quando metemos na cabeça que os outros olham para os detalhes da mesma forma que nós!
Muito louco! Parabéns!
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