PUTAS E AFINS (Parte 2 - 4 de 4)

VAI PARA A PUTA QUE TE PARIU
IV. A MÃE
Que puta! E nem em sonhos duvidei.
As histórias dos contos de fadas já não são para uma mãe.
São para as meninas, para as virgens, para as tontinhas, para as coninhas.
Não para uma senhora a quem o ventre foi rasgado à faca a sangue frio
Numa longa manhã de Inverno. Não para mim.
Vi o meu feto ensanguentado e nojento, vi-o assim para dizer nunca mais
Ao descuido prematuro, às emboscadas inoportunas, ao meu amor por ti.
E tiveste logo que te aventurar em putices de menor grau
Como te havia ensinado a repudiar, a rejeitar, a dizer
Um simples e tão útil: Não!
Mas para ti
A rameira sou eu que depositei esperanças e vi-te partir
A rameira sou eu que chorei por ti.
A rameira sou eu que te amo.
A puta que te pariu!

1 comentário:

João Roque disse...

Começo a gostar de mais destas "séries", pela sequência dos personagens e que neste caso conduz à fortìssima e coerente última frase.
Parabéns.
Abração.