A FORMIGA

O tempo estava quente e o coração tinha momentos em que desejava saltar do corpo para fora. A cidade ainda era grande demais para o seu desconhecido olhar. E sentiu-se como uma formiga num formigueiro estrangeiro, onde toda a organização já estava estabelecida.

Perdeu os medos e saiu de casa, sozinho, caminhando pela matriz ordenada da cidade, quarteirão a quarteirão, até chegar perto do mar. Aí respirou o ar salino e admirou a sinfonia das ondas, o vai e vem que relaxou os seus olhos; e o coração bateu mais devagar.

Do outro lado ficaram as memórias, do outro lado do oceano. Consigo, apenas o desejo de conhecimento de uma nova terra, onde bebiam a água dos cocos, onde o medo fazia parte do dia-a-dia, onde o sol recolhia às seis da tarde, onde estava sozinho...

1 comentário:

Anónimo disse...

Nunca penses que estás só... acompanhas-nos, acompanhas-os e és acompanhado... porque é no universo das memórias e nas mensagens da voz e da pena, que jorra tinta no papel, que tu te revelas.... e continuarás a revelar-te a cada instante que os pensamentos te invocam e de ti são invocados... És um presente ausente, agora um andarilho pelo mundo, outrora um passarinho de lisboa, no além serás alguém maior, um ser que passou e continou a percorrer em distância um paralelo... És Força! Não tenhas medo, não te deixes amedrontar, liberta-te para mais cresceres :)

O Amigo,
Nuno