Bem vindo ao mundo novo, pensou para si mesmo. Era tempo de mudanças, definições, remodelações, redefinições, encontrar-se a si mesmo num habitat outrora natural. Sempre lhe disseram que quem mais sofre é quem fica. Contudo, a dor da chegada para ele que partiu era indescritível. Perguntaram-lhe se estava diferente depois da viagem e ele respondeu – Eu já estava diferente antes de partir. E essa é a condição dos viajantes. Sentirem-se em constante mutação a toda a hora. Mas quando regressam ao ponto de partida, à primeira vida que deixaram para trás, sentem-se estranhos estrangeiros da sua própria terra que os vira nascer. Eles mudam e à sua volta nada muda. Tudo está no lugar onde foi deixado. Tudo, menos o sentimento que as pessoas sentem por eles. Esse é vago, distante, memorial. Relembram-se as histórias do passado, contam-se as histórias do presente e depois... nada mais fica que um olhar nervoso e sorridente.
- E foi assim!
- E aqui foi assim!
- Mas está tudo bem contigo?
- Sim, está. E contigo?
- Também. Sabes como é...
- Sei.
- Pois.
- Pois.
- Pois.
- E foi assim!
- E aqui foi assim!
- Mas está tudo bem contigo?
- Sim, está. E contigo?
- Também. Sabes como é...
- Sei.
- Pois.
- Pois.
- Pois.
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