O ERRO

Onde cruza a inevitabilidade das coisas com o nosso poder de escolha? O sentido impregnado no momento da decisão corrompe o acto em si. O acto passa de mero instinto para as aguçadas sucessões de causas e efeitos, que julgamos determinar após cuidada avaliação. Mas o próprio efeito não passa de um calcanhar de Aquiles – confusa trama de erros mentais. Vencerá então a inevitabilidade das coisas? Será tudo tão inevitável? E não fará parte, a inevitabilidade, do processo das nossas escolhas? Ao produzirmos escolhas estamos inevitavelmente a criar efeitos a essas causas. A dificuldade prende-se na consciência desse efeito, na capacidade que temos de o determinar correctamente e mesmo de o aceitar. Mas essa mesma consciência pode ser, também ela, uma armadilha que nos impede de sentir.

O avanço é uma grelha confusa que se interpõe na nossa frente parecendo toda ela igual e coerente. Eis quando visualizamos uma anomalia, uma gafe que, supostamente não deveria estar lá. Essa anomalia vai trabalhar em toda a estrutura de equações alterando a pouco e pouco a estrutura principal. Estamos então confrontados com uma “nova” grelha – a sucessora. O erro encontrado no sistema deixa então de ser um erro para passar a ser o sistema. Será também isso inevitável? E se um erro passa a ser o sistema e o sistema passa a ser um erro, o que é afinal um erro? A consciência talvez seja o ponto de partida ao entendimento. Mas é preciso que se entenda as bases da consciência e os seus fundamentos. Não toldará tudo isto o nosso poder de escolha? O que estamos a escolher então quando “escolhemos”?

1 comentário:

Anónimo disse...

Se o erra está na grelha entao é pq alguem o lá pos, alguem o cometeu. E esse erro só vai alterar a estrutura principal se nós quisermos e deixarmos. Ha sempre forma de corrigi lo. Só existe nova grelha se deixarmos.
Em resposta à pergunta do q é o erro? O erro é aquilo que nos altera a vida e nos faz sofrer.
Quase tudo tem remédio.