Estar sozinho. Ele precisava de estar sozinho. Fazia-lhe bem, por vezes, estar sozinho. Era uma dádiva encontrar-se desacompanhado. Não sempre... às vezes... de quando em quando. Estar isolado. Uma condição que impunha a si mesmo de tempos a tempos. Era necessário assimilar a sua existência. A compreensão de um corpo no universo. A materialização de si no espaço. A desmaterialização de si nesse mesmo espaço. “Aqui me encontro só, mas nunca abandonado, aqui me encontro. Aqui não sou, lá fora serei, aqui sou viajante, passageiro, temporário. Aqui não existo de verdade. Aqui sou fruto de observação. Sou cientista em estudo. Aqui olho para além de mim, pois o meu corpo não é só o meu corpo, o meu corpo é a junção das particular, o alinhavo do tempo, o cruzamento de outros dois corpos, um produto”, pensou ele.
Determinou-se a estar afastado dos outros em estado de meditação. Não que se quisesse afastar do mundo. Não era isso. Era mais um apelo à privação. Jejuar por umas horas, por uns dias, jejuar o seu corpo. Privar-se do que o rodeava por breves instantes. Estar consigo e para si, mais ninguém. A solidão sem a condição de solitário. Somente só, desacompanhado, livre... inspirar e expirar. Aperceber-se, num breve instante, da existência de um corpo, um corpo com uma alma, uma alma dentro de um corpo. Intimidade pessoal. Contemplar a sua própria imagem e, daí, retirar conclusões. Evoluir, passar a um outro estado, crescer, regredir, avançar, recuar, ajustar e voltar... voltar ao mundo e conseguir reconhecer aquilo que em tempos foi. Passar a pente fino a sua vida e redefinir-se. Encontrar o novo eu. Descascar a cebola e encontrar novas camadas, e debaixo dessas camadas outras ainda. Olhar através das camadas e ver o centro. Assumir-se parte do todo e ver-se em toda a parte de todas as partes. Ser isto e aquilo, estar além e aquém e continuar a sentir-se vivo.
Esse espaço privado ninguém lho podia tirar.
Determinou-se a estar afastado dos outros em estado de meditação. Não que se quisesse afastar do mundo. Não era isso. Era mais um apelo à privação. Jejuar por umas horas, por uns dias, jejuar o seu corpo. Privar-se do que o rodeava por breves instantes. Estar consigo e para si, mais ninguém. A solidão sem a condição de solitário. Somente só, desacompanhado, livre... inspirar e expirar. Aperceber-se, num breve instante, da existência de um corpo, um corpo com uma alma, uma alma dentro de um corpo. Intimidade pessoal. Contemplar a sua própria imagem e, daí, retirar conclusões. Evoluir, passar a um outro estado, crescer, regredir, avançar, recuar, ajustar e voltar... voltar ao mundo e conseguir reconhecer aquilo que em tempos foi. Passar a pente fino a sua vida e redefinir-se. Encontrar o novo eu. Descascar a cebola e encontrar novas camadas, e debaixo dessas camadas outras ainda. Olhar através das camadas e ver o centro. Assumir-se parte do todo e ver-se em toda a parte de todas as partes. Ser isto e aquilo, estar além e aquém e continuar a sentir-se vivo.
Esse espaço privado ninguém lho podia tirar.
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