Aqui me encontro neste lugar inesperado. Não contava que esta viagem se cruzasse na minha vida. Não neste momento em que o tempo corre mais depressa que os relógios, em que cada minuto tem de ser aproveitado como se fosse o último. Não era bem por esta viagem que esperava. E, no entanto, aqui estou eu, afastado do meu mundo, da minha realidade, da tua realidade. Aqui rodeio-mo de árvores verdejantes e densas. O ribeiro corre silencioso. Por todo o lado vêem-se casinhas plantadas neste pequeno mundo rural que se rodeia à volta de uma fonte de água quente natural. Ontem à noite estive lá e o fumo evaporava-se no ar. É a natureza a trabalhar para nos proporcionar momentos calmos e relaxantes. É um lugar agradável, repleto de simplicidade e pessoas simples.
Mas, aqui, o tempo corre devagar. Deixo-me enraizar na terra, crio raízes neste ambiente florestal. Deixei-me a ouvir Diamanda Galás. A sua voz grunhiu-me na alma, um contraste que se adequa perfeitamente com o momento. Estou eu, ela e a natureza.
Aqui já se pôs noite e, no céu limpo, as estrelas brilham. Agora, só resta esperar pelo dia de amanhã e entender o que faço aqui, neste lugar inesperado.
Com amizade,
P.
Comecei a ler “Os Anões”, de Harold Pinter. Ainda não entendi os propósitos do autor ao escrever aquelas palavras. Mas tenho-me deleitado nas conversas que escreve. É como se tivesse acompanhado. Entro nas suas conversas como espectador passivo. Mas, não tarda muito, estou a terminá-lo, outros pormenores poderei dizer-te mais tarde.
Os dias aqui são mais compridos. Na cidade, provavelmente já teria passado uma semana. Aqui o tempo é nosso. Com ele fazemos o que queremos. É uma sensação de liberdade. Tenho-me feito acompanhar por algumas vozes. É outro dos meus estratagemas para me sentir acompanhado. Diamanda Galás, Regina Spektor e Amália foram, até agora a minha eleição. Entendo que me devas estar a achar estranho. O que faço eu num lugar de reflexão a tentar sentir-me acompanhado? Mas, as companhias que arranjo, ajudam-me a reflectir.
Tenho conversado imenso com a minha avó. Ainda esta tarde contou-me um pouco da sua história. É impressionante como o tempo passa e nunca chega para falar de tudo o que vai na nossa alma. Sinto-a triste com a vida. Em cada palavra que solta os seus olhos parecem querer chorar uma lágrima. Se ao menos o meu avô não tivesse partido sem avisar.
Com amizade,
P.
Acabei de ler “Os Anões”. Nada de novo. Conversas perdidas na linha do tempo; intemporais portanto. Mas não passam de conversas; conversas impossíveis. Nada mais tenho para te contar sobre o livro.
Receio que o dia de hoje tenha sido em vão. Não me prestei muito a pensamentos filosóficos. Andei. Isso sim. Andei pelos caminhos de areia junto ao ribeiro. Deixei-me a respirar o ar puro emanado das árvores e apreciei a natureza. Bela. Bela. Bela. Perfeita como nunca serei…
Com amizade,
P.
A vida dá muitas voltas. O destino é cruel, mas é o nosso mestre. Ele ensina-nos aquilo que precisamos compreender. Temos de aprender a escutá-lo. A ouvir a sua sapiência. Ele eleva-nos a um estádio superior. Hoje sinto-me mais conhecedor do que ontem. Sinto que o universo se revelou e abriu-me mais uma porta para o seu interior. Agora consigo vislumbrar mais estrelas. Agradeço-lhe por isso. Por acrescentar ao meu curso mais uma ou duas estrelas.
Com amizade,
P.
Estou quase de volta. Passo os meus últimos momentos por aqui. Tem-me feito bem respirar este ar puro e descansar nesta paz. Estou contente de ter vindo para aqui. Todas as experiências são sempre bem vindas. A novidade é sempre algo bem-vindo. Aperceber-me de mim mesmo tem-me feito bem. Passear sozinho pelos caminhos junto ao rio. Ouvir os sons da natureza. Confesso que o tempo foi muito. O vício da cidade é quase doentio. E o afastamento desta vai-me consumido o espírito. A falta de informação visual, de informação sonora, de informação! Estarei de volta não tarda nada. Assim espero.
Com amizade,
P.
O que fui lá fazer? Respirar! Sim, respirar para viver mais um pouco. Não é isso que todos queremos? Viver mais um pouco!
Com amizade,
P.
Mas, aqui, o tempo corre devagar. Deixo-me enraizar na terra, crio raízes neste ambiente florestal. Deixei-me a ouvir Diamanda Galás. A sua voz grunhiu-me na alma, um contraste que se adequa perfeitamente com o momento. Estou eu, ela e a natureza.
Aqui já se pôs noite e, no céu limpo, as estrelas brilham. Agora, só resta esperar pelo dia de amanhã e entender o que faço aqui, neste lugar inesperado.
Com amizade,
P.
Comecei a ler “Os Anões”, de Harold Pinter. Ainda não entendi os propósitos do autor ao escrever aquelas palavras. Mas tenho-me deleitado nas conversas que escreve. É como se tivesse acompanhado. Entro nas suas conversas como espectador passivo. Mas, não tarda muito, estou a terminá-lo, outros pormenores poderei dizer-te mais tarde.
Os dias aqui são mais compridos. Na cidade, provavelmente já teria passado uma semana. Aqui o tempo é nosso. Com ele fazemos o que queremos. É uma sensação de liberdade. Tenho-me feito acompanhar por algumas vozes. É outro dos meus estratagemas para me sentir acompanhado. Diamanda Galás, Regina Spektor e Amália foram, até agora a minha eleição. Entendo que me devas estar a achar estranho. O que faço eu num lugar de reflexão a tentar sentir-me acompanhado? Mas, as companhias que arranjo, ajudam-me a reflectir.
Tenho conversado imenso com a minha avó. Ainda esta tarde contou-me um pouco da sua história. É impressionante como o tempo passa e nunca chega para falar de tudo o que vai na nossa alma. Sinto-a triste com a vida. Em cada palavra que solta os seus olhos parecem querer chorar uma lágrima. Se ao menos o meu avô não tivesse partido sem avisar.
Com amizade,
P.
Acabei de ler “Os Anões”. Nada de novo. Conversas perdidas na linha do tempo; intemporais portanto. Mas não passam de conversas; conversas impossíveis. Nada mais tenho para te contar sobre o livro.
Receio que o dia de hoje tenha sido em vão. Não me prestei muito a pensamentos filosóficos. Andei. Isso sim. Andei pelos caminhos de areia junto ao ribeiro. Deixei-me a respirar o ar puro emanado das árvores e apreciei a natureza. Bela. Bela. Bela. Perfeita como nunca serei…
Com amizade,
P.
A vida dá muitas voltas. O destino é cruel, mas é o nosso mestre. Ele ensina-nos aquilo que precisamos compreender. Temos de aprender a escutá-lo. A ouvir a sua sapiência. Ele eleva-nos a um estádio superior. Hoje sinto-me mais conhecedor do que ontem. Sinto que o universo se revelou e abriu-me mais uma porta para o seu interior. Agora consigo vislumbrar mais estrelas. Agradeço-lhe por isso. Por acrescentar ao meu curso mais uma ou duas estrelas.
Com amizade,
P.
Estou quase de volta. Passo os meus últimos momentos por aqui. Tem-me feito bem respirar este ar puro e descansar nesta paz. Estou contente de ter vindo para aqui. Todas as experiências são sempre bem vindas. A novidade é sempre algo bem-vindo. Aperceber-me de mim mesmo tem-me feito bem. Passear sozinho pelos caminhos junto ao rio. Ouvir os sons da natureza. Confesso que o tempo foi muito. O vício da cidade é quase doentio. E o afastamento desta vai-me consumido o espírito. A falta de informação visual, de informação sonora, de informação! Estarei de volta não tarda nada. Assim espero.
Com amizade,
P.
O que fui lá fazer? Respirar! Sim, respirar para viver mais um pouco. Não é isso que todos queremos? Viver mais um pouco!
Com amizade,
P.
1 comentário:
realmente o lugar em si oferece estrelas e pelo menos comigo fazer uma viagem tambem o faz...
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